5 FERRAMENTAS PARA SUBSTITUIR O "NÃO"

Vocês pediram e hoje vamos conversar um pouco sobre o quanto é possível colocarmos limites para as crianças sem falar tanto “Não”. Porque, muitas vezes é ele que reforça o comportamento que não queremos e, vamos falar a verdade, quem se sente bem de ficar o dia todo dizendo ou ouvindo, “Menino, não faz isso!”, “Menina, não pega aquilo!”? Pensando nisso, vamos ver algumas ferramentas que nos ajudarão a diminuir esse estresse e pensar se todos os “Nãos” são realmente necessários.

No dia a dia com crianças, principalmente os bebês, é muito comum eles quererem explorar o ambiente que vivem. Estão aprendendo o que podem fazer, o que não podem fazer e a nossa conduta para dizer o “Não”, pode mudar toda a seqüencia de comportamentos da criança, que pode ser de cooperação ou de choro. Por exemplo, a criança está com o dedo apontado para colocar na tomada, é mais fácil, nós os adultos, que estamos fazendo alguma outra coisa, dizer de longe “Tira o dedo da tomada! Não pode mexer aí!”. Ao invés dessa atitude, que gera embates e choro, podemos:

  1. Redirecionar para o comportamento desejado

“Filho, colocar o dedo na tomada pode te machucar. Olha esse brinquedo aqui, vem ver que legal!”

  1. Dizer o que pode fazer ao invés do que não pode fazer

“No sofá a gente senta, deita e assiste TV. Para pular podemos ir no parquinho.”

  1. Justificar o motivo do “Não” (com clareza e coerência)

“Esse brinquedo é da sua irmã e ela pode ficar chateada se acontecer dele quebrar na sua mão. Você pode pedir emprestado para ela ou então brincar com esse aqui que é seu.”

  1. Se coloque no lugar da criança que ouve o “Não”

“Eu entendo que você fique triste por ter que parar a brincadeira, mas precisamos ir para escola para chegarmos antes da aula começar.”

  1. Saiba escolher suas batalhas

Para não ficar brigando o dia inteiro com a criança, vale a pena escolhermos que batalhas realmente queremos entrar. Escolha se por algum tempo não é melhor deixar em um lugar mais alto aquele lindo porta retrato do seu casamento que está no rack da sala do que ficar falando pro seu filho todo dia “Não pega isso, vai quebrar!”. As vezes, é importante ceder, abrir mão de regras que a gente tem e fazer diferente para viver em paz com as crianças para que elas possam explorar o ambiente de uma maneira segura. Isso ensina como ser flexível e também a viver conseqüências. Por exemplo, a criança desarrumou e tirou todas as panelas do armário da cozinha, então, proponha uma solução em que a criança vivencie os valores importantes para a família. “As tampas e panelas estão todas no chão. Vamos lá! Ajuda a mamãe/papai a organizar a cozinha. Coloca essa panela aqui, essa tampa ali, essa aqui com aquela lá.”

Essas ferramentas estão longe de reforçar uma disciplina permissiva. Não é porque estamos dizendo menos “Não” que somos obrigados a dizer “Sim” para tudo. Elas são formas mais positivas de contar para as crianças sobre regras e limites. Assim, conseguimos tirar as crianças de situações realmente perigosas ou que precisamos que elas saiam, sem ignorar sua necessidade de explorar suas percepções, desafios, capacidades e relações com o mundo.

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

Posts Relacionados