CULPA E A EDUCAÇÃO DOS FILHOS

Toda mãe tem uma forte conexão com o filho e muitas vezes essa ligação tão poderosa pode salvar a vida dele, principalmente dos bebês. O que acontece é que muitas mães desenvolvem um tipo de escravidão, pois acreditam que o filho precisará somente dela para sempre e não só na sua fase inicial de vida. Na maioria das vezes a culpa aparece como papel de fundo desta mãe que se escraviza.

Culturalmente a relação homem e mulher mudou bastante, mas a antiga divisão de papéis ainda é muito forte. O homem, em muitos casos, continua trabalhando mais, executando pouco as atividades domesticas e educando menos seus filhos, enquanto que a mulher, que também trabalha, continua com a responsabilidade em administrar o lar e educar os filhos. Aqui surge a culpa, principalmente na mulher. Algumas destas conservas culturais aparecem como justificativa para ela se sobrecarregar exercendo todos os papéis sozinha (profissional, mãe, esposa, dona de casa), ao invés de dividir a responsabilidade com o homem em assumir seu papel complementar nas tarefas da casa e na educação dos filhos.

O desenvolvimento do papel de pai também deveria iniciar com a gravidez da mulher, quando o homem também fica grávido e fala com o bebê ainda na barriga da mãe. Isso acontece bem pouco, pois a maioria ainda pensa: “Isso é frescura, coisa de mulher”. O homem machista, a mulher feminista, a mãe e o pai solteiro são paradigmas que a sociedade leva adiante e causam grandes impactos na educação dos filhos, por que além da falta de consciência da necessidade de mudança e empenho para ser pai e mãe, ainda gera grande culpa na maioria das mães. E o que acaba acontecendo é que elas agem de forma pouco racional na tentativa de serem as melhores mães para os filhos.

Exemplo:

A mãe chega para pegar o filho na escola e ele diz: “Olha o que o fulano fez em mim, apontando para uma mordida que estava em seu braço”. A mãe sem se importar com o que poderia ter acontecido, começa a gritar com a professora que acompanhava o menino: ”Como você deixou esse monstro fazer isso com o meu filho?” A professora tenta explicar que seu filho tinha batido no colega e ele se “defendeu” mordendo-o. A mãe então pede para a professora chamar o garoto que havia mordido seu filho, a mãe dele e a diretora da escola na tentativa de mostrar para todos eles que seu filho estava sendo maltratado na escola e isso seria inadmissível.

Este é um caso típico de mães superprotetoras que acham que o filho é a melhor pessoa do mundo, tudo que ele faz é maravilhoso e ai de quem falar o contrário, ela certamente mostrará que tem razão, dizendo que todos estão errados, menos o seu filho. Elas não sabem, mas desenvolverão filhos instáveis e inseguros.

Na outra ponta desta extremidade, há o tipo de mãe que nesta mesma situação faria o contrário, dando razão a todas as outras pessoas, menos para o filho. Este é o tipo de mãe cobradora que só repara naquilo que o filho faz de errado e certamente não aguentaria ser criticada pelo que o filho faz. Estas mães desenvolverão filhos obsessivos e tímidos.

Sim, seu filho precisa ser protegido e cobrado! Mas, lembre-se, antes de agir de forma extrema, entenda o que aconteceu e seja coerente nos seus comportamentos e ensinamentos dados ao seu filho. Isso deve ser feito de acordo com as necessidades e capacidades dele e não de acordo com a sua razão em defesa do filho ou sua omissão de cobrança naquilo que ele está apto a fazer, isso é a sua culpa se manifestando.

 Com amor,

Ana Flávia Fernandes

16 de abril de 2013
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