MÃE SOBRECARREGADA x PAI ALIVIADO

Já percebeu que a maioria dos anúncios educativos são direcionados à figura materna? Sutilmente, os impactos dessas mensagens são de perpetuar a indevida sobrecarga da mãe e alivio do pai.

 Quando um adulto me procura para atendimento de uma criança, geralmente é uma figura materna (mãe, avó, tia, madrinha). Neste primeiro contato solicito a presença dos pais para que eu entenda a demanda da criança, que na maioria das vezes, não tem ainda suas habilidades desenvolvidas para me contar a motivação em procurar uma Psicóloga.

O mais curioso é que quem mais atende ao pedido são as mães.  Assim como são elas também que vão às reuniões da escola do filho pra levar a bronca pelo comportamento inadequado dele. Quando questiono se o pai participa de alguma dessas atividades, a resposta que sempre tenho é: “ele trabalha muito, não tem tempo para isso!”. Em seguida, pergunto se a mãe trabalha e tenho resposta positiva.

Nesse sentindo, seria injusto nos referirmos ao casal como “pais”, por que a mãe desaparece e na prática, não é o que se vê. Na maioria das vezes, os filhos são responsabilidade da mãe, mesmo trabalhando e tendo participação importante no orçamento familiar.

Mesmo diante deste cenário que a mulher está inserida no mercado de trabalho, sem deixar de ser mãe, o pai também não se tornou “mais” pai.

Até nos cenários em que a mulher não trabalha, vale a pena lembrar que após o casamento ela cooperou muito com o marido, dando-lhe base de sustentação para o trabalho, administrando as tarefas da casa. Então, mesmo que o pai provenha financeiramente, os dois lutaram para conquistar o dinheiro que tem hoje.

Tenho visto avanços de alguns pais começarem a participar mais na administração da casa e na educação dos filhos. Ainda que tímida essa evolução é bastante significativa para que a mulher/mãe/trabalhadora não se sinta sobrecarregada e o homem/pai/trabalhador fique aliviado ou vice-versa.

As diferenças entre homens e mulheres é o que amplia as possibilidades educativas, transformando as relações em algo mais leve para todos. Os dois são essencialmente necessários para a qualidade de vida da família e juntos tem mais forças do que separados.

O grande lance não é culpar ou tirar a culpa de alguém e sim ampliar o espaço de transformação cultural de uma sociedade que se acostumou a viver desta forma e que agora estamos vendo a causas dessas influências – Homens mimados e Mulheres polivalentes.

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

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