PORQUE É MELHOR INFORMAR DO QUE PROIBIR?

Estabelecer limites às crianças geralmente está associado ao ato de punir, bater ou proibir. De fato, punições e palmadas não deixam de ser limites: elas representam as limitações de conhecimento e autocontrole dos pais, e limitam principalmente a capacidade das crianças em experimentar novas possibilidades, testar seus conhecimentos, criar hipóteses e buscar novidades na vida.

Será que é esse o propósito na educação dos pequenos?

As crianças precisam aprender como é o funcionamento da vida em sociedade e que existem algumas regras de proteção. O limite dá essa noção de fronteira que cerca e define um espaço.

O ponto é, porque não apresentar às crianças o lugar onde ela pode se sentir bem, ter o direito de escolha, se beneficiar de liberdades e permissões, ao invés de direcionar para as fronteiras que, geralmente, pelo fato de nós as nomearmos como “proibidas e perigosas”, as crianças tentarão avançar para descobrir o que elas significam?

É importante sabermos que os pequenos agem seguindo o que atrai sua atenção. Então, quando falamos: “não pode correr dentro de casa”, de modo geral, o resultado é o mesmo de dizer “pode correr dentro de casa”.

Isso acontece porque essa proibição focou toda a atenção da criança para a necessidade de correr que todas elas têm e não para a compreensão do porque, onde e quando ela pode correr.

Uma alternativa para quando precisamos negar um comportamento da criança é mostrar que compreendemos o que ela quer e que talvez a gente já tenha passado por isso. “Ah, você gostaria de correr? As vezes, eu também fico entediado e fazer exercícios me ajuda a ficar mais animado. Agora é hora de dormir, amanhã podemos ir ao parque para brincar, correr, pular e se divertir.”

Nem sempre é tão fácil, pois as crianças tentam de outras formas conseguir o que querem. Mas, garanto que informações e permissões são mais eficazes para criar um vinculo de cumplicidade com os pequenos e, quando menos esperar, ao negar alguma situação, ele será mais compreensivo. Elas possibilitam uma noção do perigo real, direcionam a atenção da criança para a satisfação de uma necessidade que ela tem de uma maneira tranquila e ajuda nessa compreensão dos limites em que todas as nossas escolhas carregam em si uma conseqüência que também serão vividas por nós.

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