AS CRIANÇAS ENTENDEM, MAS NÃO OBEDECEM

Algumas pessoas acreditam na ideia de que criança não entende o que os adultos falam. A dúvida mais comum quando digo que as crianças sabem o que os adultos querem é: se elas entendem, por que não obedecem?

A obediência infantil está vinculada ao tipo de comunicação que se estabelece.

A criança pequena desafia os pais o tempo todo e esta é uma forma natural de buscar limites. Precisa testar os pais para saber até onde pode ir. O ponto é que na maioria das vezes os pais não sabem como definir estes limites e sem perceber evidencia ao filho essa dificuldade.

Quando o limite do bom senso é ultrapassado, os pais utilizam recursos inadequados na educação de uma criança como, por exemplo, o grito acompanhado de ameaças de castigo e agressão física.

No primeiro momento a criança até se intimida. Com o passar do tempo vai se acostumando com esta forma de comunicação e consequentemente reproduz a conduta, gerando um grande desgaste emocional e prejudicando o relacionamento familiar.

Recuperar a voz do respeito é o maior desafio para os pais. Chegam ao consultório totalmente desprovido de autoconfiança, confusos e revelando atitudes desarmônicas ao amor que sentem pelo filho.

A prevenção é sempre o melhor caminho para a situação não chegar neste ponto. Procurar recursos efetivos para que o respeito seja aprendido desde cedo, facilita a comunicação entre as pessoas.

Dicas para uma comunicação efetiva com os filhos:
– Toda conversa deve acontecer “olho no olho”, esta atitude evita o olhar de superioridade;
– Firmeza na voz e na postura corporal, isso não significa “bater com a língua” ou ficar com dedo em riste;
– Evite dizer que vai contar para o pai /mãe o que a criança aprontou para não tirar sua capacidade em resolver a questão;
– “Eu não sei mais o que fazer com você e você vai me deixar louca”, são frases que podem indicar a criança o poder que ela exerce sobre o adulto;

Exercer o amor e o limite na mesma proporção são ferramentas essenciais para os relacionamentos acontecerem intermediados pelo respeito e não através do medo.

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

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