COMO FAZER O FILHO RESPEITAR OS PAIS?

Construir relações em que o respeito esteja sempre presente é um dos nossos principais objetivos como educadores e tão difícil como seres humanos.

Quando falo da dificuldade é no sentido da prática do respeito mutuo, em que abrimos a possibilidade de viver a reciprocidade nos nossos relacionamentos.

Quando consideramos a criança com suas características e necessidades particulares, podemos escutá-la de um lugar que gostamos de atribuir aos outros e as vezes esquecemos de praticá-la. Local onde saímos de uma perspectiva de quem vê a criança com menos relevância e a olhamos como ser humano a quem damos a real importância e absoluta atenção à todas as informações e necessidades apresentadas por ela.

Algumas vezes confundimos alguns comportamentos da criança com desobediência. Então, no momento em que lhe solicitamos algo, esperamos ser atendidos prontamente. Se isso não acontecer, chamamos a atenção e demonstramos irritação. O que aconteceria se ao invés de nos enraivecer com a possível desobediência, nos propuséssemos a ouví-lo? Pode ser que naquele momento ela esteja vivenciando uma necessidade extremamente particular que desconhecemos se não estivermos atentos.

Este novo olhar contribui para a criança sentir que sua existência é respeitada e importante dentro de casa. Isso não significa que podemos confundir com a atitude de deixá-la fazer tudo o que quiser. A construção do respeito nas relações implica em perceber a linha tênue que divide essas duas situações. Durante o percurso de aprendizagem há 3 posturas importantes a serem praticadas com atenção e intensidade:

Coerência – Se diante de um mal comportamento gritamos em um dia, mantemos um diálogo no outro e em outro não fazemos nada, a mensagem de corrigir será percebida de forma confusa, abrindo brecha para a desobediência acontecer outras vezes. Se formos coerentes e atuarmos de maneira única, a mensagem que a criança entende é de que sabe o que, quem e como enfrentar neste momento de aprendizado.

Perseverança – A correção de comportamentos inadequados deve ser feita a todo momento, mesmo quando estamos sem vontade, sem tempo ou exausto de um dia de trabalho puxado. Quando persistimos com firmeza, a criança consegue identificar e distinguir entre o comportamento adequado do inadequado.

Conseqüência – Quanto mais fizermos para que as crianças vivenciem a realidade de que toda ação gera uma conseqüência, mais as preparamos para fazerem suas escolhas internas. Agindo desta forma, podemos substituir o castigo, que tem uma conotação punitiva e carregada de sentimentos de raiva, por uma conduta mais afetiva, em que a intenção é o crescimento e a construção de valores.

Ensinar o respeito é viver a reciprocidade, reconhecendo nossa capacidade de trocar de lugar com os outros a cada novo momento vivido.

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

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