COMO MANTER A CALMA QUANDO AS CRIANÇAS PERDEM A CALMA?

Ver uma criança em sofrimento, irritada ou fazendo birra é uma experiência que gera um grande susto em nós. Esse susto pode atrapalhar bastante, porque gastamos nossa energia com pensamentos sobre o que a criança pode ter de errado. Diante de uma ameaça, ativamos o medo, um sinal de alerta que nos faz fugir, lutar ou congelar para preservarmos nossa integridade física e emocional. E se a angústia da criança for direcionada a nós, ai sim é que ela se parece com um inimigo ameaçador.

É natural que as crianças tenham sentimentos intensos e queiram expressá-los. Se saímos do eixo quando as crianças perdem a calma, passamos a mensagem de que elas não podem demonstrar seus sentimentos, o que não irá ajudá-las a aprender a regular suas emoções. Além disso, mostramos que não é possível transformar uma situação difícil em um grande aprendizado. Independente da idade da criança, não é isso que queremos oferecer como modelo para elas.

Quando estamos calmos, podemos lidar bem melhor com as situações, porque usamos o máximo da nossa capacidade de nos conectar com o momento presente e assumir uma postura ativa, necessária para lidarmos com alguma emergência. Ajudar os pequenos nessas situações se torna possível quando adotamos alguns hábitos.

1. EQUILIBRE SUAS PRÓPRIAS EMOÇÕES

Pare e respire. Uma maneira simples de se desligar das distrações externas é se concentrar em sua respiração. Pare tudo o que está fazendo e respire suave e profundamente.

Desacelere seus pensamentos. Veja se está com medo de uma ameaça imaginária ou real, aquela que alguém realmente corre risco de vida.

Mude seus pensamentos. Ecoe mentalmente esse mantra: “meu filho está agindo como uma criança, porque ele é uma criança. Eu sou o adulto aqui.”

Alivie sua tensão corporal. Observe cada membro e parte do seu corpo. Perceba se existe alguma tensão acumulada e se tiver movimente-se até ela diminuir. Deixe-se dominar por uma sensação de conforto e autocontrole.

Permaneça no aqui e agora. Quando estamos triste, reagimos exageradamente e de acordo com emoções desencadeadas pelo passado (“meus pais já teriam me batido por ter falado assim com eles.”) ou pelo futuro (“meu filho vai ser um psicopata, se continuar se comportando assim.”) Se conseguimos nos manter no momento presente, conseguimos deixar a emergência do seu tamanho real e mandar a tristeza e o medo embora.

2. REDIRECIONE SUA ENERGIA

Faça coisas emocionalmente coerentes. Lembre-se que a criança está expressando alguma necessidade dela e precisamos agir de maneira coerente. Diga “Estamos passando por um momento difícil, filho.”

Use a empatia. Observe as coisas pela visão de mundo de uma criança. Diga “Parece que você quer ….”

Encontre um denominador comum. “Você quer … e eu … . Como nós podemos resolver isso?”

Conecte-se com seu filho e ajude-o a se regular emocionalmente. Crianças normalmente conseguem fazer isso de maneira mais eficiente quando estão seguras da nossa presença. Agora que você está calma, pode oferecer sua compaixão para ajudá-lo a sentir-se seguro o suficiente para expressar o que ele quer.

3. TRANSFORME A SITUAÇÃO EM APRENDIZADO

Aprenda. Pense o que pode aprender do que aconteceu. Como pode dar mais suporte para você mesma para manter-se equilibrada emocionalmente?

Ensine. Agora que aprendeu pode ensinar seu filho como agir nesses momentos. “Nós tivemos um momento difícil hoje, não é? Eu acho que fiquei preocupada com você e acabei agindo sem pensar. Tenho me esforçado para não gritar com você. Me desculpe. O que cada um de nós pode fazer diferente da próxima vez?”

Mude. Se esta é uma situação recorrente, mude. Faça uma lista de soluções possíveis e comece por elas.

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

Posts Relacionados