COMO TRABALHAR, CUIDAR DA FAMÍLIA E NÃO ENLOUQUECER?

Vivemos em um mundo que caminha para relações mais fragmentadas, competitivas e que as verdades, referências e necessidades mudam constantemente. Então, a previsão é que a gente trabalhe cada vez mais e com isso surge um grande desafio: como equilibrar nossas demandas de trabalho, da família, saúde, vida acadêmica e social?

O ponto é considerar que o equilíbrio é dinâmico, mutável e que em alguns momentos ficaremos preocupados, teremos um desempenho ruim e em outros vamos nos sair muito bem.

A grande sacada é entender e praticar o autoconhecimento.

Autoconhecimento significa que teremos mais saúde e qualidade de vida se observarmos, com base em evidências, como é o nosso funcionamento. Por exemplo, tem gente que precisa de 8 horas de sono, outras com 6 horas acordam dispostas.

Os grandes indicadores de saúde são a vitalidade, energia, libido, disposição para trabalhar e o sono. Se esses indicadores estiverem em harmonia, estamos levando bem nossa vida. Caso uma destas áreas estiver desarmônica, nossa atenção e mudança serão indispensáveis. E aí precisamos de uma conversa franca com a gente mesmo.

É importante observar que hábitos precisam ser mantidos e quais precisam ser mudados.

O autoconhecimento nos ajuda a perceber que devemos acordar 20 minutos mais cedo para tomar um café da manhã tranqüilo, não pegar trânsito intenso e chegar em paz no trabalho. Ou então, ele nos avisa de fazer uma rápida pausa na garagem, se acalmar e chegar inteiro para encontrar a família, sem o estresse do trânsito ou do trabalho. É ele também que nos impulsiona a cuidar da roupa, do cabelo, da postura e da mente para nos posicionarmos de maneira assertiva em uma reunião importante.

Não é só a quantidade de tempo que trabalhamos, mas a forma como passamos essas horas é que estressam e as interrupções (e-mail, redes sociais, telefone) são grandes fatores de estresse.

O foco nos ajuda a atingir camadas mais profundas do cérebro e ganhar mais fluxo de produtividade com aquilo que estamos fazendo. Quando eu leio uma coisa e paro, leio de novo e atendo o telefone, eu só uso a área frontal do cérebro que é a responsável por tomar decisões rápidas entre o que eu faço e o que sou chamado a fazer. Além de me estressar, ainda tenho o retrabalho e o índice maior ao erro.

Revise seus compromissos e perceba se você existe na sua agenda. Se tem a sua hora para o exercício físico, um momento em que você pode meditar ou orar, um tempo que dedica para sair com a família e amigos ou então ligar para eles e bater um papo.

Muitas vezes programamos a vida profissional em detalhes e esquecemos que também devemos estar presentes na vida familiar, social e espiritual.

Vejo no consultório queixas dos filhos: “meu pai quer que eu fale de mim, mas ele nunca fala nada sobre ele”. Muitos pais confundem conversar, com só o filho ou só o pai falar. Conversar é poder entrar na vida do outro e deixar que ele participe da sua vida. Significa uma troca, um encontro e a participação mutua.

O trabalho, a família e a saúde se constroem por hábitos consistentes da atenção e carinho especial que damos para cada um deles.

No lugar de buscar uma vida ideal ou ser um pai/mãe, marido/esposa e profissional ideal, podemos ser pessoas que conhecem os próprios limites e mais do que isso, tem humildade para aprender com as experiências, reconhecer e mudar aquilo que não está funcionando bem e agradecer por tudo aquilo que tem de bom na vida.

Muito do nosso estresse vem da maneira como encaramos as coisas e a culpa atrapalha a nossa vida por que nos coloca em divida eterna. Então, se diminuirmos o estresse que depende de nós e acalmar nossa mente tagarela, já conseguimos ganhar leveza.

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

23 de outubro de 2013
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