
DESATENÇÃO
Frequentemente, recebo no consultório uma queixa muito comum de escolas e famílias, a desatenção. Encaminham crianças com dificuldade em fixar sua atenção em uma determinada atividade por tempo suficiente para conseguir observar, compreender, realizar e de fato aprender a tarefa.
A principal característica destas crianças é a presença da superficialidade. Isto significa que a atenção existe, mas está direcionada para aquilo que dá a sensação de prazer ou descompromisso.
As crianças possuem um excelente nível intelectual, o que favorece a exigência de novas experiências em menor espaço de tempo. Inconscientemente, criam barreiras para se envolverem em circunstâncias que exijam maior empenho ou esforço prolongado.
Normalmente, evitam observar além das aparências e logo se mostram insatisfeitas ou entediadas. A negligência de envolvimento, esconde a falta de organização do pensamento no sentido de buscar informações detalhadas para estabelecer estratégias sobre o que ouve, vê, sente e a partir disto criar novos conhecimentos.
Existem inúmeras causas que podem influenciar a desatenção, dentre elas:
– Educação permissiva;
– Excesso de estímulos em curto espaço de tempo;
– Pouca cobrança sobre o empenho e desenvolvimento da criança;
– Desvalorização da boa educação;
– Problemas de origem neurobiológica.
A intervenção psicoterapêutica nesses casos auxilia os pequenos a ver, observar, refletir, analisar e sintetizar informações, superando dificuldades e aprendendo a lidar com elas de maneira saudável.
É preciso cuidar para que as crianças sejam estimuladas a interagir com o mundo de forma ativa. Fazer relações, comparações, observando diferenças e semelhanças, despertando sua curiosidade através dos desafios.
Recursos como brinquedos, jogos, histórias e conversas são ferramentas essenciais que ajudam a desenvolver as operações mentais fundamentais para a aprendizagem futura, elevar a autoconfiança, o interesse e autonomia para aprender.
Com amor,
Ana Flávia Fernandes