MEDO DE BARULHO: COMO AJUDAR AS CRIANÇAS

medo é um a reação natural que ativa os sinais de alerta do nosso corpo em situações que acreditamos serem perigosas para nós. Em excesso faz com que a gente se feche numa espécie de prisão emocional e a falta de medo pode nos expor ao risco de vida. Por isso, nosso desafio é ajudar os pequenos a identificar seus medos, aprender a lidar com eles e assim manter esse equilíbrio tão necessário para o desenvolvimento afetivo das crianças.

Sentir medo de barulho costuma aparecer por volta dos 2/3 anos, na fase em que as emoções começam a se transformar em imagens como balão, fogos de artificio e trovão. Isso acontece porque o sistema emocional das crianças ainda não dá conta de compreender muito bem algumas informações recebidas. Então, essas imagens ficam armazenadas na sua cabeça, aparecendo de vez em quando para assustar. O medo se instala e a criança tem dificuldade em seguir tranqüilamente a sua rotina.

Esse medo pode ir até os 6 ou 7 anos, quando as crianças passam a ter uma percepção menos inocentes dos acontecimentos, uma maior capacidade de compreensão dos fatos e a imaginação mais fraca. Antes disso, sua cabeça ainda está desenvolvendo o pensamento lógico e abstrato, então, ao dizer “Precisamos voar, porque estamos atrasados”, é comum que as crianças imaginem pessoas voando.

Cada criança vai reagir ao medo de uma maneira e os sintomas mais comuns são coração acelerado, suor nas mãos e dificuldade para dormir. As reações comportamentais podem prejudicar a rotina da criança e da família e sem os cuidados necessários podem se agravar e se transformar em psicopatologias, como por exemplo, a Fobia Social.

Para nós, fica claro que essas figuras não colocarão nossa vida em risco, mas para as crianças, que ainda estão desenvolvendo esta noção de fantasia e realidade, não está tão claro assim. Nosso papel fundamental é auxiliá-las nessa compreensão, dos medos que ajudam e dos medos que não ajudam.

Quando o medo já se instalou, podemos ajudar cuidando da nossa reação, do respeito e empatia com o que a criança está sentindo. Ao rir e dizer que não é verdade, estamos desvalorizando a percepção das crianças, o que pode dificultar ainda mais a sua compreensão daquele medo.

Com as crianças menores pode ser mais difícil reconhecer o que assusta. Nesses casos, vale tentar eliminar possibilidades como, por exemplo, questionar se ficar abraçado com a mãe quando um balão estourar ajuda a sentir menos medo. Demonstrando segurança, podemos entrar na fantasia das crianças e desenhar, criar uma história sobre balões heróis. Podemos amenizar o medo utilizando a imaginação e acrescentando o humor ou um final em que fique evidente o lado chato da história e o lado legal e corajoso. Isso tira o balão da realidade e o coloca no mundo das histórias, o que pode gerar uma simpatia da criança com essa figura que tem medo. O Estoura Balão é um jogo que gosto muito e que também pode ajudar os pequenos a dar um novo significado para o medo de barulhos.

A experiência do brincar com algo assustador faz com que o grande medo vá embora, deixe espaço para os medos que ajudam e o coração se tranqüiliza, pronto para enfrentar os próximos desafios da vida.

 

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

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