O QUE FAZER QUANDO A CRIANÇA NÃO QUER COMER?

Uma das grandes preocupações das mães é que os filhos estejam bem alimentados. A alimentação também é um processo de aprendizagem e é importante compreendermos que é normal o apetite dos pequenos sofrer algumas variações. O maior desafio desse processo é acalmar os corações aflitos, manter a coerência e constância para regrar a alimentação das crianças.

Vamos pensar que no primeiro ano de vida quando os bebês começam a se alimentar, eles aceitam praticamente todos os tipos de sabores e texturas que oferecemos. Mesmo que de vez em quando saia uma careta, é incrível como eles experimentam de tudo.

De repente, por volta dos 2 ou 3 anos, o bebê começa a demonstrar mais interesse em explorar o mundo do que em se alimentar. Algo muito comum de acontecer também é algumas crianças entre 3 e 4 anos escolherem para comer apenas os alimentos que elas gostam muito. Umas reduzem a alimentação só no mingau, outras só na carne ou só no macarrão. Por isso é fundamental oferecer sempre alguma coisa nova, que a criança ainda não experimentou ou foi preparada de outra forma e que a comida dela não seja diferente daquela que todos vão comer. A criança que passa pela mesma experiência da família de provar a salada, os legumes, sabores variados, mesmo que em pequenas porções e ao seu tempo, é uma criança que aprende a se alimentar de uma maneira melhor e sendo assim, tende a ser mais saudável.

Às vezes, a criança realmente está sem fome, então, não tem necessidade de fazer aquela pressão pra ela comer. Façam combinados e deixe que ela possa comer algo realmente nutritivo quando estiver com fome. É importante que as refeições sejam de acordo com as orientações do pediatra e não só aquilo que for mais gostoso ou acessível para a criança. Assim, ela vai aprendendo como é o funcionamento do seu corpo, do fluxo da alimentação e das refeições.

O grande vilão da alimentação infantil são as balas, chocolates, biscoitos e industrializados. São mesmo uma delícia e fazem parte da nossa vida, mas podemos cuidar para serem consumidos com menor freqüência e serem substituídos por alimentos mais saudáveis. Além das conversas explicando o que faz bem para a saúde, façam combinados de quais momentos esses doces serão consumidos. Lembrando que eles não devem ser motivos de recompensa “Se não comer o legume, não vai comer a sobremesa”. Isso transmite a idéia de que a sobremesa é mais gostosa do que os legumes.

Hoje temos muitos estímulos eletrônicos (tv, tablets e smartphones) que interferem bastante nesse processo de aprendizagem e muitas crianças se alimentam com a TV ligada ou na frente dela. Às vezes, isso é muito gostoso de fazer, principalmente quando está frio e todo mundo vai pro sofá debaixo das cobertas comer uma sopinha, assistindo um filme. Mas, no dia a dia, é essencial que a criança desenvolva a capacidade de se alimentar na mesa, vivendo toda sua preparação, observando, fazendo, provando e escolhendo o que e quanto vai para o seu prato. Que esse momento seja leve e gostoso para que ela aos poucos vá experimentando e consiga aprender a se alimentar com qualidade.

Nessa interação, a nossa postura de estimular e transmitir segurança de que é realmente um sabor gostoso de ser provado, que o cheiro está muito bom e que a textura é gostosa de sentir, faz toda a diferença.

Desenvolver o hábito de se alimentar é incluir a criança no preparo desse momento da refeição, é a família estar junta para alimentar corpo e alma, oferecendo além dos alimentos saudáveis, coloridos e variados, toda a qualidade que este encontro merece. É uma experiência para a troca de informações, sensações, percepções e muito amor.

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

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