TIQUES E MANIAS

Os tique e manias tem surgido com freqüência na vida de muitas crianças. Piscar consecutivamente, comer a pele dos dedos, roer as unhas e estralar os dedos são os mais comuns. É natural que a conseqüência seja a preocupação de muitos pais de que a repetição dessas atitudes interfiram negativamente no desenvolvimento dos filhos. Por isso, é importante cuidarmos de alguns aspectos que podem ajudar nessas situações.

O primeiro ponto é realizar uma avaliação neurológica para descartar possíveis causas orgânicas dos tiques e manias. Em muitos casos haverá a necessidade do uso de medicação, em outros, aprender a lidar com as emoções desagradáveis, reajustar o funcionamento familiar e a rotina da criança.

Nosso corpo sempre nos envia mensagens e os tiques e manias podem contar que algo está em excesso e na repetição encontramos uma forma de nos cuidar, buscando alivio para as nossas emoções por conta própria. Com as crianças isso também acontece.

Os tiques podem surgir como conseqüência de uma situação pontual como, por exemplo, a criança ter presenciado o ataque de um cachorro feroz. Nesta situação a criança pode sentir medo de que isso aconteça de forma inesperada e desenvolve os tiques para aliviar a ansiedade que sente.

Essa sobrecarga pode acontecer também por causa da pressão escolar, da falta de rotina, do excesso de atividades, da falta de tempo para brincar ou pela forma de se relacionar entre a criança e as pessoas que cuidam dela. Muitas vezes, o tom da voz, a fisionomia, a postura ou o como se fala algo para a criança vem com uma carga muito pesada. Então, além de ficar com medo a criança pode se sentir sozinha para lidar com suas emoções e dificuldades, o que pode intensificar os tiques e manias.

Nosso desafio é ajudar as crianças a entender suas emoções, aprender a expressá-las e lidar com elas de uma forma que não se prejudiquem. Ao percebe-las na repetição de um comportamento, sutilmente pega-las pelas mãos, abraçar, fazer um carinho ou direcionar para fazer outra coisa com você. Quando estiverem nessa atividade, aproveite para conversarem com o propósito de entender qual o sentimento a faz agir daquela maneira e busquem juntos novas soluções/atitudes para quando ela se sentir assim.

Essa é a idéia, falarmos o que sentimos, contar sobre o que queremos um do outro e sentir que podemos confiar um no outro para conversar sobre assuntos difíceis. Falar de sentimentos não é fácil, mas esse é o primeiro passo para irmos nos acostumando a esse habito. Quando vemos os benefícios dessa atitude (não se sentir sozinho, ser ouvido, ser considerado e etc), acaba se tornando mais natural falar sobre o que sentimos.

Nosso papel também é esse de conscientizá-los daquilo que fazem sem perceber e isso abre espaço para eles também terem essa atitude com a gente, então, todo mundo acaba aprendendo muito!!

Com amor,

Ana Flávia Fernandes

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